Sem Rumo...

rasgo a poeira do tempo

no momento oportuno

importuno o escuro

dos meus pensamentos

tormento...

tormento!

giro a manivela da vida

sofrida, garrida de flores

amores, odores que lembram

bolores dos meus pensamentos

passados,

passados,

passados!

corro pelas asas do vento

cantando os versos diversos

gigante universo

reversos e inverso

o verso do verso

transcrito ao avesso

travesso

adoeço

febril enlouqueço

e esqueço

esqueço,

então!

rasgo a seda do riso

e fico, improviso

cansada, um risco

rabisco um cisco

obtuso, confuso,

robusto

na menina dos olhos do meu

coração...

falo calada, meu grito abafado

sentido, suado, tristonho, fugaz,

de tempos sonhados,

quimeras riscadas

rascunhos de giz

no assoalho das ideias

e eu que sonhei

enfim acordei

que pena, chorei...

saudades do sonho que não realizei!

mas saiba caríssimo

nem todo aluado

tem juízo alugado

ou usa-o como sola dos pés...

nem toda loucura tem procura de sanidade, pois o que é sobriedade senão o intervalo do porre!

Feliz aquele que enlouquece, pois por ventura se esquece do que nunca deveria ter lembrado de fazer, para não se arrepender!

se não entende, enlouqueça: cresça e apareça, esqueça sua conveniência e se convide a dança pelo chão!

Amém!

Lais L S
Enviado por Lais L S em 04/06/2013
Reeditado em 05/06/2013
Código do texto: T4325740
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