Quem sabe, talvez  só precise
De uma caixa que me caiba
Quando chegar lá na frente, 
Diante da porta fechada.
 
Aqui ficarão os meus sonhos,
As roupas, as modas, a casa,
Amigos, família, parentes,
Cabelos, os pelos, os dentes.
 
Os ossos, as unhas, os sumos
De um corpo que um dia foi gente,
Lá dentro da caixa fechada,
Entre a eternidade e o nada.
 
Um brinde, uma gota de fel,
Um copo de cólera e mel...
Ah vida, megera indomada,
Ah, morte, o fim da picada!

*
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 21/05/2013
Reeditado em 16/08/2013
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