NA CIDADE
Nos tristes fins sob flácido domingo,
nos trilhos fins do secante sedento,
transportas alma que permanece,
tão certo plácido como o sol,
caminhas em campos verdejantes.
Estão logo à beira,
caem como quem sem culpa,
o mistério é logo ali,
logo na face dos outros,
sabem tudo que existe,
criam até o que não se cria,
simulam fatos encenados,
erram cenas sem saberem,
na máquina de memórias,
fazem fotos de proteínas,
felizardos inocentes,
abandonam cultos aflitos,
onde estão minhas entranhas,
não falem de gente nua,
o certo está errado,
pessoas na frente dos carros,
corpo imune sem defesa,
gente grande não educada,
argumentos calados,
sem pressa para questionarem,
quem é mesmo o mestre,
precisam logo de um novo guia.