Vórtice
Quando eu quis ser natureza humana
Me deram dores benditas e gozos malditos
Quando eu quis ser anjo, me deram leis
Enquanto eu disputava mudaram as regras
Se eu me adaptava trocavam meu habitat
Quando era meu, foi dividido
Então ousei e me foi tolhido
Troquei de tática e me desgastaram
Prestei as contas e as aumentaram
Eu protestei, mas foram seguros
Então reformei os meus valores
Inconsequente, fui alquimista
Cumpri sem regras as minhas listas
Descortinando além do previsto
E agora amargo os meus suplícios
Rebelde, insisto nas metafísicas
Num insondável mundo inclusivo
Numa justiça por ser humano
Ao invés de prendas quando me engano
Numa esperança que não sejam vãs minhas esperanças
E quando entendo que sou uníssono
Trazendo em mim o comum a todos
Diferenciam as humanidades
Deixando apenas umas poucas gentes
Com uma ou outra similaridade
Me conformei nas inconformidades
Levei meu ego à obscuridade
Mascarei as minhas expectativas
Do próximo passo não há aviso
Ora enfático e explicito, ora discreto e subversivo