O MELÔ DO ACALORADO
Ysolda Cabral
Sol a pino... Hino... Sino... Grito!
Tempo quente... Invente algo diferente!
Levante! Vamos adiante! Que tal um sorvete?
Não posso sair daqui... Está tão frio!
Ironia, naturalmente.
Nada vejo, nada entendo... É tudo lento!
Nebulosa mente ... Sentes... Mente!
De repente... Chuva, vento...
Churros espalhados pelo chão...
Lamente não! Seria em vão...
Levemente contraproducente...
Quase cem por cento
Ou zero para assentos... Acento?!
Tem não!
Não lhe acho, não me achas...
Não nos achamos!
O que fazemos?
Também ninguém procura!
Há procuras na procura
Que se não matam, curam...
Paro, perscruta... Lutas?
Luto enluta, entubo...
Sei que estou aqui...
Também estou aí, ali...
No vidro da porta...
A imagem é retorcida, reticente
Esquisita, ausente, nunca indiferente...
Pura emoção contida num peito destroçado,
Por um ''Tambor do Encantado'' desafinado,
Por demais tripudiado e a beira do enfarto.
S.O.S. precisa-se de um ar-condicionado!
E é urgente!