Opostos
Saber lidar com os antagonismos
Será aceitar estar sempre de um dos lados?
Ser do bem ou do mal,
Do claro ou escuro,
Da riqueza ou da pobreza,
Prepotência ou humildade,
Consciência ou imbecilidade?
Entender serem os tons de cinza
Apenas um embuste das dúvidas
Em oposição às certezas
Para que os conformismos sejam oficializados
E nos sintamos inseridos,
Integrando os inclassificáveis
Sem a desonra de não se saber onde está?
Quem sabe os inconformados pertençam a algo mais digno
Os contestadores sejam o orgasmo das almas excluídas e impotentes
Sejam os autodestrutivos a negação do status negativo
Os revolucionários, a redenção dos descrentes
Ou será que a finitude a tudo encerrará
Creditando ao infinito a justiça esperada
Sem que se veja antecipadamente,
Para, antagonicamente, tudo recomeçar?