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De Tanto Ódio
O coração afogueado,
O olhar espantado,
Seguia-lhe, sem cessar,
Todos os passos.
Tossia, às vezes,
Deixando sair da boca
Um líquido verde:
A bile do ódio!
E torturava-se,
Rasgava-se,
Sem nem pensar
Que só pensava nela!
Ah, as janelas fechadas
Quando ele passava,
As portas silenciosas
Quando ele batia...
Elas representavam
Toda a sua agonia!
De tanto ódio,
Morria!
E vasculhava
De velas acesas
Os seus poemas, as suas mesas,
Procurando pelas sobras
Das sílabas deixadas...
-Mas não achava nada,
Nada...
Assim seguia,
A espumar de ódio
Por aquela alma
Que o ignorava,
Sem saber que era o amor,
Sem saber que era a paixão
Que naquela direção
Sempre o guiava!
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