olho_vermelho.jpg


De Tanto Ódio


O coração afogueado, 
O olhar espantado,
Seguia-lhe, sem cessar,
Todos os passos.
Tossia, às vezes,
Deixando sair da boca
Um líquido verde:
A bile do ódio!


E torturava-se,
Rasgava-se,
Sem nem pensar
Que só pensava nela!

Ah, as janelas fechadas
Quando ele passava,
As portas silenciosas
Quando ele batia...
Elas representavam
Toda a sua agonia!

De tanto ódio,
Morria!

E vasculhava

De velas acesas
Os seus poemas, as suas mesas,
Procurando pelas sobras
Das sílabas deixadas...
-Mas não achava nada,
Nada...

Assim seguia,
A espumar de ódio
Por aquela alma
Que o ignorava,

Sem saber que era o amor,
Sem saber que era a paixão
Que naquela direção
Sempre o guiava!






 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 02/05/2013
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T4270088
Classificação de conteúdo: seguro