LÚCIDA RAZÃO GRITANDO!

Ao coração bruxuleante ingênuo

Amor não se implora!

Não se pede... Não se chora!

O desejo sem grinalda te querendo...

Minh’alma como deserto pela chuva esperando

O pensamento chorando escrevendo o que sinto

Lúcida razão gritando!

Esse Amor foi um sonho de momento.

Ensaio a dança do ventre...

Danço a moda cigana! Rodo... Rodo a Baiana...

Entôo loas... Canto madrigais... Grito meus ais...

Coloco cartazes de procura-se Morto ou Vivo!

Lúcida razão gritando!

Acorda desse sono adormecido

Meu sentimento sem sentido!

Briga com a razão!

Fazendo um pacto com a ilusão

Peço ajuda ao vento... A brisa!

Declaro meu Amor na televisão

Espalho Outdoors pela cidade

Pra encontrar o meu Amor! Se preciso for!

Serei notícia em todos os jornais

Declarando guerra contra a razão

Passo pela fechadura... Acho-te no Átomo

Viajo no tempo... Faço regressão!

Enfrento a Medusa... Mato o dragão

Vou para Maracangalha...

Sou dama do paço do Maracatu!

Ando descalça no deserto do Saara

Mergulho no triangulo das Bermudas

Carrego Calungas até a porta da igreja

Visto veludo enfeito-me de arminho

Cubro-me com o pálio encimado por uma lua

Embebedada... Em transe!

Danço a mística! Na zoada do batuque