Dizem que o amor é cego

Pra quem ama, tudo lhe é bonito

Pode ser igual macaco

Fedorento que nem gambá

Mas, quando se ama é Paco

É perfume internacional

E não se dá mais pitaco.

Veja como é o amor materno

O filho é feio que nem sapo

Mas, aos olhos da mãe, é príncipe

Diz-nos até que são a Gestapo

Se o chamarem de caolho

Aí, sim, a mãe fará aquele barraco.

Há homem que arrasta uma asa por uma mulher

Dá-lhe rosas, joias; faz-lhe a corte

Porém, se a peste o rejeita

Vira bicho; dá até coice

Ainda diz que é amor...!

Ó, infeliz das costas ôca!

O amor é mesmo cego!

O feio parece-lhe bonito

Vira...mexe...dezarreda!

No capricho, até periga

Mas, a mulher feia desconjuro; arrenego

Não há quem a faça linda por seu pejo.

Chova ou faça sol

Ao amante, é igual

A mulher tem que ser fiel

Não lhe dê um par de chifre no frontal

Pois se o fizer, está lascada

Ele vira um troço descomunal.

Coisa feia é a dona coruja

Porém, pra sua mãezinha, ela é bela

Dos animais da floresta, é-lhe a princesa

Tem gosto pra tudo nesse mundo; quero vê-la...

Mãe quando é mãe pinta o sete; arregaça

Ninguém, por isso, há de constrangê-la.

O Bicho pega!

Se ao filho, dizem-no que é feio

Logo as mães viram a mesa

Dá cachorro em dezoito; arrepio

Êta, cilibrina!

Quem não quiser apanhar, saia de fininho!

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 27/04/2013
Reeditado em 27/04/2013
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