Complexo de inferioridade
Não estou à altura
Não estou
Sei que não sou
Não sou candidato, escolhido, convocado, escalado...
Não sou
Eu sou esse nada que sequer se ofende
Se desavisado em distração pretende
E sente resquícios de quem surpreendido
Sufoca mais fácil o sonho indeciso
Que percentualmente perdia sua chance
Persuadido agora muito mais que antes
Chego a ter orgulho das minhas certezas
Só poucos recolhem as cartas da mesa
Sem algumas mínimas considerações
Sou um ponto na massa
Carrego comigo marcas das trapaças dos meus inimigos
Desafetos gratuitos que fiz sem saber
É que eles nem sabem como sou pacífico
E não se interessam sem nada especifico
Que possa inflá-los, fazê-los, ascender...
Eu digo a mim mesmo que preso melhoro
Que retendo algum perdido ímpeto eu me exploro
Em viagem segura ao meu interior
Repito incessantemente minhas fórmulas
Porque superadas atendem e consolam
Protegem-me de alguma nova aventura
Dos rumos estranhos que me deixam inseguro
Sei que sou casado com esse destino
Que em si determina o que não procuro
Poupando o trabalho de ter que entender
Algum real motivo que se tem pra viver