Velha modernidade
Corre, vem, vai, volta, e chora
Divaga, para, olha, pensa e ri
Vem daqui, vem dali
Tudo em toda hora.
Busca, acha, perde, desiste e cala
Sobe, desce, desce, sobe e dorme
Não tem corpo, vem a fome
Venenoso sabor desembala.
Reflete, sonha, martiriza, sofre e faz
Sente, amortece, guarda, esconde e fica
O tempo se auto estica
Rasga inteiro e volta atrás.
Vem dali luz neon
Sem rimas já de aviso
Num claro e bom tom
Um falso sorriso.
Vem de lá desejo embalado
Com imagens de felicidade
Resta então a saudade
Mas repete de bom grado.
Engrandece em criação
Vai e invade o escuro
Prediz aprendiz de futuro
Consciência em combustão.