Pintando um amor

Vem, pinte o teu retrato nas areias 
Dos meus mares à margem das tuas loucuras 

Passeie a tua língua molhada na suavidade 
Dos pincéis. Derrame um mundo de fantasias 
Nas misturas dos teus tantos tons de tinta 

Vem! Vem depressa e faça 
Do meu corpo a tua melhor tela! 
E nela, experimente, ouse, abuse 
Dos temperos, invente novos sabores 

Sem medo, colore o boneco de fantoche 
No teatro do meu corpo, faz o teu palco. 
Do meu gozo, o teu brinquedo 

Vem! Repinte, insira na tela mais alguns 
Desejos, esfregue as tintas escureça 
Os medos. Estremece-me outra vez 

Nas areias brancas desse mar insano 
Finalize o teu quadro sem pressa 
Dê quantas pinceladas quiserdes 

Por fim, assine o teu nome no canto 
Da tela. Entorpece-me suave aquarela 
Nas fragrâncias dos teus perfumes de mulher



 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 21/03/2007
Reeditado em 14/10/2022
Código do texto: T420838
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.