Pintando um amor
Vem, pinte o teu retrato nas areias
Dos meus mares à margem das tuas loucuras
Passeie a tua língua molhada na suavidade
Dos pincéis. Derrame um mundo de fantasias
Nas misturas dos teus tantos tons de tinta
Vem! Vem depressa e faça
Do meu corpo a tua melhor tela!
E nela, experimente, ouse, abuse
Dos temperos, invente novos sabores
Sem medo, colore o boneco de fantoche
No teatro do meu corpo, faz o teu palco.
Do meu gozo, o teu brinquedo
Vem! Repinte, insira na tela mais alguns
Desejos, esfregue as tintas escureça
Os medos. Estremece-me outra vez
Nas areias brancas desse mar insano
Finalize o teu quadro sem pressa
Dê quantas pinceladas quiserdes
Por fim, assine o teu nome no canto
Da tela. Entorpece-me suave aquarela
Nas fragrâncias dos teus perfumes de mulher