O mau cheiro da voz
Aos confidentes
Neste latifúndio
Cinza das horas nas cores do infortúnio.
Que brilham atrás dos olhos numa chama...
Queimando como brasa ao vento
Neurônios trocando abraços e tiros.
Perguntas ao vazio no olhar
Incêndio das cenas estampadas
Tão opcionais!
Girando por todos os precipícios do dia.
Uma mosca gritando em seu ouvido...
Com dez mil olhos sem enxergar a transparência do vidro
Meus olhos brilham!
Apreciam venenos em taças de cristal.
Cintilam pensamentos e amarguras
Rasgam vertiginosamente a lucidez
E desabam num abismo de surtos
Elegem suas flores favoritas para mastiga-las...
E fuma-las!
E por fim entre um delírio após o outro!
Querer vive-las ou retrata-las.
Nas estrelas pulsantes e emplumadas,
De um quasar Entorpecente
Que surgiu na noite eterna...
Das escamas da serpente.
Vinho quente dormente
Lúgubres dejetos do vomito
Sedas purpuras vestindo os horizontes!
Com os olhos prontos para morrer me desintegram os focos
Se expandindo num borrão mental descolorindo as luzes.
Desfocadas ao longe.
Debulham enganos e se perdem de vista no mato que cresce desordenado
Rolam no chão para não se molhar
Numa fina chuva de estrelas.
Vão pelos fios...
Correm como eletricidade
Como ondas de radio sobre as cidades.
O mau cheiro da voz agride janelas abertas na tela do computador
São palavras apodrecidas de sentimentos
Feridas de ferrugem sobre o ferro abrasador
Pontiagudo apontando para os olhos
Como seringa e agulha
Sem dizer nada.
Salpicados de luzes os olhos continentes
Sangrando por vários ritmos diferentes
Fingem não ver...
Através das finas retinas descascadas
O mundo que chora e da risadas.