Cacos de vidro
Estava quebrado meu copo favorito,
o comprado no mercado, fuleiro, da esquina.
Tantas aventuras juntos.
Eu o usava para beber sangue e me embriagar.
Eu viajava para um mundo meu.
Eu era Deus, eu era Lúcifer.
Eu era louco, eu era são.
Eu era lembranças, eu era um fardo.
Eu me tornei cacos, eu nem era vidro.
Eu era lucidez, eu era vivo.
Eu era pura embriaguez, eu era cacos.