Amada sem rosto

Me castigas a exaustão,

o preço de tua companhia é minha solidão.

E como sofro por tê-la conhecido

Tornas-te o motivo,

pelo qual tenho vivido.

Maldita da forma que és,

não da incentivo,

mas como estou sempre a seus pés,

todo resto é relativo.

Não importa o quanto eu corra atrás,

sempre deixa-me ao relento, para trás.

Em sua presença eu me curvo,

E é por teu abraço que procuro a noite enquanto durmo.

As vezes, quando parece que a ti encontrei,

chego a ama-la e a chamar por teu nome,

dai acordo e vejo que apenas sonhei

Por que despareces e some.

Talvez nunca veja tua verdadeira face.

Talvez nunca segure tua mão.

Talvez precises de um ucasse,

para provardes que não és uma ilusão.

Mas sim, eu sinto sua presença

e és tão poderosa.

A diva da razão,

ir de encontro em seus caminhos é minha sentença,

e apesar de tua estrada infinita e tortuosa

mostra as coisas como são.

Eu sei que não sou único entre seus admiradores,

conheces vários, pessoas de melhor qualidade,

mas desenvolves em todos seus valores

Nos amantes que a tem, desde a antiguidade.

Fazes do covarde, valente,

do mentiroso, sincero,

do inútil, competente,

do relaxado, severo.

E apesar de todo sacrifício,

que faço para correr atrás de você,

passas-te a ser mais que um oficio, viras-te verdadeiro vício

atividade que faço para viver.

Sem teu ideal, não sei o que faria,

Imperatriz dos solitários,

mais poderosa que qualquer atilharia.

Musa de homens lendários,

criadora da filosofia,

e perdoe por tais versos precários

deusa, inclusive dos céticos. Amada sabedoria.