O cântico do enclausurado
Por todas as vezes que os pássaros voarem ao sul,
Eu criarei estátuas para lembrar.
Por todas as vezes que o céu se pintar de azul,
Eu aplaudirei o vazio.
Batidas vem e vão,
Secam as fúrias da minha imaginação.
A raiva cega me faz enxergar
Todas as pessoas que decidiram caminhar.
Protegerei com minha vida
A crueldade de meus pesadelos
A queda de meus cabelos
Pelas mãos dos relógios que batem sem parar.
Cada centímetro de tempo gasto
Adiciona uma alma para o pasto.
O sofrimento que nos detém e se faz vasto
Destrói a todos e a todos os seus rastros.
Não percebe que ficarei perdido
Para sempre na eternidade
Esperando pela bondade
Daquela que um dia me odiou?
As engrenagens funcionam perfeitamente
Derrubando os líderes de um compasso desconexo
A contagem nem tão perfeita é a velha receita
Para terminar essa história detestável.