(EX)PIRAÇÃO

(EX)PIRAÇÃO

Estou cometido de expiração

Foi-se a inspiração

Restou um vazio no peito

Que carrego contrafeito

Parece que tudo virou lugar comum

Nada sensibiliza ou inspira

Minha cabeça pira

Sou apenas mais um

Foram-se amor e ódio

Não há mais próximo episódio

Ficou a frieza gelada

A espera do nada

Sensibilidade esgotada

Pela espada espetada

Na cinza massa disforme

Que agora dorme

Não quer despertar

Não adianta chamar

Não há resposta

Nem vida reposta

Morre a escrita

Morre a palavra

Grande desdita

Perda da lavra

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/02/2013
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