Ânsia de fuga
"A mosca na sopa do prato do homem,
O homem do prato no universo surreal.
Vida suja em cinzas de cigarro.
Corpo tóxico existente, realista brutal.
Moribundo; desperdício das ordens sem sentido
Preso a tramas necrosadas, está vivo
E ao mal cheiro mecânico do mundo
Sua morte temida é um anseio de alívio
Quero-me para mim! Gritou ele a todos, e a ninguém.
Quero escrever sem rimas, andar sem roupas,
Uma garota underground, um pensamento anormal
Quero-me manifesto, ou uma viagem cerebral!
E o que te impede de ser louco?
Dizia a Lei, no paradoxo de quem zomba
É o eterno concreto, os ditames, a cobrança
São as provas sem fins, os senhores da vergonha
As indústrias, os papeis, as ordens, os prazos...
São os homens fardados que levaram minha maconha!"