Nervosia de esperar
Roendo as unhas já minúsculas,
extraindo o máximo delas
na tentativa de deixa-las estéticas
me frustrando acabam esdrúxulas
Não me contentando mudo o foco,
a ponta dos dedos sobre as unhas, logo,
uma mão encontra a outra
um aperto e ouço "ploco"
Começou outro ritual emocional
aperto e "ploco", aperto e "Ploco",
não continuar não é normal,
vou até o final
Uma olhada nas unhas, sem sangue,
uma coçada na minha barba infame,
dedo na boca, uma mordida,
a unha escapa e pega na gengiva
Gosto de sangue na boca,
a língua na gengiva,
gosto de cigarro nos dentes,
sentidos nas papilas gustativa
Bocejo, inspiro fundo,
não vai acabar o mundo,
expiro de vagar,
que hora vai chegar?
Jenilson G. da Silva