Escritor
(‘Sou poeta do escuro,
entre penumbras escrevo…’)
Oh! te suplico, dê-me um lápis
… um carvão algo que escreva
ou escreverei com facas e lâminas.
Oh! te imploro, dê-me um papel
… um papel qualquer, algo que possa escrever
ou escreverei na minha pele.
Estão sendo exorcizados de mim palavras;
não conseguirei mais contê-las.
O demônio da tristeza em mim brota
e de tristeza fazem-se poesia;
não adianta o quanto corto suas raízes
a semente do mal sempre germina novamente.
Oh! porque dói tanto?
Porque minha consciência rejeita meu próprio eu?
Exorciza-me de um vez!
Ó anjo porque não vens me visitar?
fazer das minhas lágrimas e dores reféns
e para mim declamar? ’ estás salva’
anjo, anjo porque me odeias tanto
… é que esperar um dia cansa.