CÃO ABANDONADO
Sabes o que é essa palavra — morrer? [...]
É estar peito a peito com nossos antigos amores e
não senti-los! Doida! [...] Não fales nisso: [...] Põe a mão no
teu coração... há aí dentro [...] muito fogo por viver!
Oh! se tu me quisesses amar!
“Noite na Taverna” – A. de Azevedo
Amada, oh, amada! Por que não vês?
Sofri tanto, como um cão abandonado
Que, nas noites, dormiu amargurado
Por querer tocar a sua macia e lívida tez.
De joelhos, vos digo, minha pobre insana:
Sou tudo o que tens, sou todo o amor
Trouxe a ti a vergonha, trar-te-ei o calor
Não queiras o céu ante a mim, doce alma puritana!
Penses bem no que vais me dizer!
Se sim, querida, A Julieta com Romeu vai viver
Mas se não... Sabes bem que fim pra história conceber!
Tão livres na terra, dois, seremos um!
Ou no céu,juntos, nosso amor fluirá...
Mas não pense, que a vida...sozinha, deixar-te-ei abandonar!