Momento de ira

Quando me sai das entranhas as auras desses dejetos

Que me cegam num mergulho em ondas turvas e bravias

O selvagem me estonteia hora polo hora deserto

Sem socorro que me salve dessa louca fantasia

Quando me toma a ausência dos passos do meu destino

Nem me segue a consciência nas frações que me assolam

Quando imploro ao sangue ardência para um dever desatino

Sem mais causa que assegure que algo de justo vigore

É queda sem força oposta que refreasse ao desastre

Desespero sem proposta de redenção vislumbrável

Iminência cronológica sem prenuncio que se escape

Arrependimento em parte vai se tornando palpável