ESTRANHA

É uma figura possante, estranha,
Essa que me acompanha.

Não a vejo, mas, sinto,
Rondando o eu labirinto.

Me ofertando ilusões douradas,
Deixando minha alma espelhada.

Incerta na azulada imensidão,
Leve, ausente da razão.

É singular, essa invisível figura,
Tem um ar de ternura.

Ainda que estranha ela seja,
É algo que me toma, me adeja.

Vai comigo aonde vou, em um só voo...
Esqueço até, quem eu sou.

E não quero nem saber,
Quero mais é me encontrar ou me perder,

Nesse voo enigmático, opalino,
Loucura! Sou o seu menino.