DIPLOMATAS DAS MACONHAS SOCIAIS
DIPLOMATAS DAS MACONHAS SOCIAIS
E declina o centro a esmo no seu eclipsar soturno,...
O sendal do dia despe-se, converte-se em um sudário vil
Onde o lusco-fusco acorda os vampiros do céu noturno
Os lobisomens da Terra cerúlea amamentam-se no seu rio...
Um lago de epidemia. Seres desgrenhados vagam no seu eclipse
Alcoólatras esmolam a miséria da melhora do neurotripse
Mãos tremulam para acender o cachimbo agônico da poesia
É ogivas nucléicas para o cérebro dormir em encefalastenia.
Meninas e até meninos! Vendem-se à troca de um bom bagulho
Roubam, matam e são isentos de leis que os defequem no asco;
Traficantes de órgãos, de pessoas, de drogas vomitam seu orgulho
Vivem da corrupção judicial que moraliza a morte com churrasco.
Bestas fugidias do seu hospício cavalgam a preocupar sua deformação
Vale-se de sua paraplegia para mais bagunçar a nossa humilhação...
Há ainda os paralíticos genéricos! Abandonam muletas para a contabilidade
Usufruem ambiciosos e doutoraços,... Da nossa solidariedade...
Púberes pedintes! Diplomatas das maconhas sociais, filhos marginais
De mães parideiras e sem pais. Nossa natalidade está escravizada
Nas sarjetas dos assistencialismos, em vez, das pedagogias nacionais...
São gânglios evoluídos na Perestróica de uma glasnost subornada.
Estamos grávidos, dos sem terras, dos sem tetos, dos sem comidas,...
Mas todos estão drogados e bêbados, e o dia serve-lhes para lamber as feridas
Para curar a ressaca, para assentar a cegueira e instilar suas peçonhas
Somos,... Uma inveja dos sem! E a vaidade dos,... Sem-vergonhas.
CHICO DE ARRUDA.