Tô doido, de pedra
Perdido no escuro dessas rondas,
Onde o branco é que vira mancha;
Vejo a incubadora de anacondas,
Algo, enfim, nessa terra deslancha;
O mostro da lagoa emerge faz ondas,
E não consigo equilibrar na prancha...
O lobo poliglota falando seu ovelhês,
Faz parecer a lua, um mero vagalume;
O circo suntuoso que o Governo fez,
Eleva o sonho incauto inda implume;
nau corrupta faz água e por sua vez,
O advogado corre aplicar o betume...
Os anzóis matando pelo seu “direito”,
o Zé esperando que o mar lance pão;
juízes fazendo jus ao bumbum perfeito,
o os inocentes apodrecendo na prisão;
velho vício de mãos com novo prefeito,
e um novo feitiço estreia na televisão...
Não liguem pra mim, claro, sou louco,
Eu já tentei ressuscitar o mar morto;
E se alguém achar que isso é pouco,
Ao nascer a lucidez aprovei o aborto;
Labirintite fez-me de ouvidos moucos,
A Lei de Gérson chama e sigo absorto...