Desprezado

Não leia meus textos

Neles cometo injurias

Falo bobagens

Disfarço as procuras

Em laços frágeis

Leiam-me, suplico!

Sou vaidoso como um pavão

Preciso muito de afirmação

Não tenho leitores, platéia ou público

Meu texto é o púlpito

Expressem algo mesmo que doa

Pior é escrever assim à toa

Solicitando míseras tecladas

Frias, sucintas, lacônicas

Piedosamente mecânicas robotizadas...

Ou me fustiguem odiosamente

Mas só com críticas inteligentes

Porque depois do vazio desprezo

Ausência, vácuo à sombra da verdade

Nada é pior que a mediocridade