Delirando sobre um abismo de loucura
Prendo-me em um lugar chamado
Desespero,
Derrubo-me sobre o precipício
Dos meus pesadelos.
Não sei quem sou,
Não sei quem fui,
E assim vou vivendo.
Eis que em mim
Vejo quem nunca fui,
Sinto o que não poderei ter
Imagino quem poderia ter sido
Derrama-se tal delírio,
Onde o grito é sufocado
Por minha agonia.
Não sei quem sou,
Não sei quem fui
E assim vou vivendo.
Terei de existir,
Porém, não saberei viver,
Tenho que tentar,
Mas irei esvair com minha eterna angústia.
Sinto a tormenta de minha alma,
Desvairar-se em meu íntimo
Esgotando o que restou de minha
Longa e curta existência.
Não sei quem sou,
Não sei quem fui,
Entretanto, vivi uma grande penumbra.