O SILÊNCIO DO TEMPO
O SILENCIO DO TEMPO
O tempo passa livre de intempéries, pica a sorte do futuro...
Vai à luz da escuridão,... Abrindo as paredes do suplicio agora...
No catastrófico assoreamento da Terra que te manda embora
Vão-nos ventos ácidos o soterramento pálido da derradeira hora
E a poluta espécie, alimenta-se do sanduíche de pão com terra.
Dê cabo dos largos passos de desperdício, insulte o que não agüenta
Pois a liberdade é estreita para quem vive da fome da pimenta
Visto que é caduco no caminhar, estéril ao pensar, porque correr a 160?
O tempo arranca-te das raízes dos cabelos, é a mortalha da natureza crua
É a asfixia crônica da tua excelência, é o caos perambulando na rua
Passa-nos despercebido, e ao chegar, envergonhar-se-á da tua vestimenta nua.
Ouça o silencio do tempo,... Na paz dos olhos cegados pelo ódio...
Na covardia de nossos confortos e na miséria dos que só têm o dinheiro.
E inda que nada viva ou nasça no universo, ele não encontrará estaleiro
Trafegará seguro nas ondas remotas de um dócil e desconhecível nevoeiro
Estará em meio ao novo e o velho,... E no seu modelo inalterável de justiça.
CHICO DE ARRUDA.