A cura

A alma escala paredes como lagartixa,

também desce, na mesma velocidade

ante fato ditoso, a esperança espicha,

presto vai parar no alto, da felicidade;

contudo, ao revés ao seu sonho mixa,

ei-la no chão, murcha e sem vontade;

a dicotomia, de insanidade se reveste,

um não, avalanche que leva ao fundo;

deixando o viver sem norte, nem leste,

num breve espaço de poucos segundos,

depois de galgar o mais alto do Everest,

errar no vale como perdido vagabundo;

quisera andasse bem, no passo do gado,

sem ser célere, contudo não retroceder;

se acercasse do alvo, a cada passo dado,

e o melhor; a gente inda pudesse saber,

quanto falta, para certo oásis, desejado,

onde finalmente, sedento poderá beber;

esses estados anímicos, igual um Eletro,

pra cada pico, logo ao lado tem o baixo;

Já tentei exorcizar em latim, vá de retro,

e o demônio inconstante avivou o facho;

o jeito é seguir, ainda faltam uns metros,

morrendo, o coração estabiliza, eu acho...