FRENESI DA TORTURA
Você tem carta branca pra sair de mim
Fazes-me de gato e sapato carmim
Já refluístes e agora pesas como pedras em meu rim
Mais quando queres sabes miar no meu telhado
Tu és um anjo de esporas
Adora me explorar
Passas-me leite condensado
Comprimes-me exilado
Sem direito as digitais de te amar
Que deixas marcadas na minha pele
Sem crimes por lesões corporais
Adoras bolinar forte e tuas taras
Fogem das normalidades ancestrais
Expeles venenos pelos poros marsupiais
Adoras sofrer na pele a inquisição
De tuas frustrações
Teus braços minhas prisões
Que somatizam as dores abissais
Passas nas minhas feridas teus sais
São animais estes teus jogos
Submeto-me a me maltratar
Grudas tuas mãos na minha jugular
Como o frenesi do teu estreito de Gibraltar
És louca bem sei tua sombra é teu altar
Minhas entranhas em tuas gangorras
Não são coroas de reis
Mais espinhos que me fazem ferir
Aqueles a quem não pudestes parir...