FRENESI DA TORTURA

Você tem carta branca pra sair de mim

Fazes-me de gato e sapato carmim

Já refluístes e agora pesas como pedras em meu rim

Mais quando queres sabes miar no meu telhado

Tu és um anjo de esporas

Adora me explorar

Passas-me leite condensado

Comprimes-me exilado

Sem direito as digitais de te amar

Que deixas marcadas na minha pele

Sem crimes por lesões corporais

Adoras bolinar forte e tuas taras

Fogem das normalidades ancestrais

Expeles venenos pelos poros marsupiais

Adoras sofrer na pele a inquisição

De tuas frustrações

Teus braços minhas prisões

Que somatizam as dores abissais

Passas nas minhas feridas teus sais

São animais estes teus jogos

Submeto-me a me maltratar

Grudas tuas mãos na minha jugular

Como o frenesi do teu estreito de Gibraltar

És louca bem sei tua sombra é teu altar

Minhas entranhas em tuas gangorras

Não são coroas de reis

Mais espinhos que me fazem ferir

Aqueles a quem não pudestes parir...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 16/11/2012
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