O rei dos burros

Pergunto por ser burro, por ser quadrado

Por não saber se sou o coice ou só um pobre acoiçado

Sequer distinguir o que é redondo ou arredondado

E andar sempre em círculos formando sempre um quadrado

Inquiro sim, sou coco seco e dos mais cascudos

Só não sei se o da cabeça-dura ou, simplesmente, o cabeçudo

Talvez um casca-grossa, um bagaço de coco, um bruto

Que cai do coqueiro e rola, rola e rola... Tão coco...

Mas, só não quebra de tão duro!

Ah! Questiono! Questiono! Questiono!

Sou louco! Sou louco! Sou louco!

Daqueles bem malucos; tolo que, calado, fica rouco

Espécie de retardado que se adianta na frente dos outros

Só pra chegar atrasado e ser o primeiro a chegar por último

Mas, interrogo só pra ser chato, não por ser curioso

Sou aquele velho disco arranhado

Que se repete e repete enfadonho

Um velho vinil quebrado, sem concerto, sem banda, sem coro

Que, sem vitrola, sem público, sem sono

Geme desafinado e sem gosto

Demofobo Santos
Enviado por Demofobo Santos em 16/11/2012
Código do texto: T3989030
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