Enganou-me até o amanhecer
 
 
Rasga-me o peito, dúvida cruel
e lancinante.

Sou sua infante, sua escrava
em dribla-la.

Sou fraca, extenuada em quebra-la.
Sou a mártir do seu poder fascinante
 
Rasga-me o sossego, dúvida má
e perversa.

Que do nada veio e instalou-se
Que de noite era nada,
à noite formou-se.

Que na madrugada veio na conversa.
 
Rasga-me a calma, dúvida nojenta
e nefasta.

Sem nada a dizer, disse tudo.
Sem nada a acrescentar, fez-se mudo.
Sem nada a sonhar, se afasta.
 
Rasga-me a alma, dúvida má
e poderosa.

Fez-se forte em meu viver
Fez-se louca em meu querer
Fez-se presente em meu saber
Fez-se perfume como flor cheirosa;
 
 
Enganou-me até o amanhecer.
 

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 15/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
Código do texto: T3988205
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.