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Vulcano


Vejo o vulcão aquecer a cama
com fogo verde azulado, lavas de estrelas reluzem
trazidas na ventania em raios de cristais.
Os riscos no corpo derretem o lençol...
 
Na luminescência da madrugada retine
o sino d’ouro badalando a torre...
O castelo é um entalhe da noite refrescado no orvalho...
 
Sai um suspiro do sonho
 
Transpasso o equador na aurora boreal
Danças em cores polares de tons fúcsias
rabiscam o cobertor desmaiando a f
lor no galho murcho

 
Luzes...
Luzes varadas no bordado
da janela festejam com as folhas
do cipreste as sombras.
 
Vultos em cadeias tocam-me os pés
 
Cai uma gota gelada e o lábio sorve sedento
a seiva da flor chorosa
A palavra molha na cantiga navegante de versos
Um choro, uma lágrima dispersa
se acalanta num peito aberto...
 
Fito a saudade com olhos abertos
 
Sorrio...
Sorris também t
erno
O toque na pele

tem dedos de lavas derretidas do vulcão
agora vermelhas sem o azul da estrela
Lavam-me queimando a ilusão
 
A constatação vira convulsão
Na confusão o pesadelo...
 
Acordo e sofro...
 

 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 05/11/2012
Código do texto: T3970364
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