Fluoxetina
Bato à porta da loucura para desertar meu pranto.
Uma nova dor descubro, surdo e mudo, mundo afora,dor e tanto,
cego do que há em mim, de mais profundo, de hora em hora,
fora de mim, fora de tudo, perto da vida , longe do mundo.
Algum perdão me chega lacrimado,
nos horrores desérticos de um pedido:
ela foge,eu sinto...
enquanto nossos amores se interceptam por descuido.
Toma,é tua,essa pílula frenética,
vive a vigiar teu mal sem piedade,
onde tua alma, cega, sorrir nalgum sigilo.
Fluem fluxos n’alma cretina,
engulo o ar estranho de inda mais estranha vida,
porque não és de ti apenas o que és do mundo.