Esquecida Insensatez

[Tiro/Grito/Tiro]

<Cemitério>

[Som de chuva e começo da música no Violino]

A chuva caia forte sem ninguém a ouvir

E eu mal me lembro de como cheguei aqui

Na escuridão do cemitério buscava alguns sinais

Havia duas covas com as fotos dos meus pais

Por que ninguém aqui nunca me escuta?

Essas pessoas escondidas em guarda-chuvas

Eu sei que não posso fazer mais nada agora

Só o que me resta é ir embora

<Rua>

A chuva caia e parecia que ninguém a reparava

Nunca foi tão longa à volta para a minha casa

Para! Eu nunca fui de chorar

Mas agora sei que eles nunca vão voltar

Para! Não pense por esse lado

Acho que no fundo sempre me achei um transtornado

“Para! Não faça isso com o teu filho

Não aja como se ele estivesse nisso sozinho

Vai chegar a hora certa de a gente falar

Ele não precisa saber, vamos assim deixar”

Assustado, procurei se tinha alguém atrás

Jurava ter escutado a voz do meu pai

Onde estas? Que eu não o escuto mais?

Onde estas? Já que não vai voltar jamais?

“Onde esta? Ate o garoto sabe!

Já lhe disse que esta gaveta não se abre

Já lhe disse do perigo de seu filho mexer

Isso já deixou de ser apenas para proteger”

Já não entendia mais da onde aquela voz vinha

Briga entre meus pais era algo que eu nunca via

Respostas? Por que eu nunca te achava?

Acho que finalmente cheguei em minha casa

[Som de chuva mais abafado]

<Casa>

Em casa era extrema a falta de som

Ainda tinha rastro de sangue pelo chão

Acho que não pensaram que eu ia voltar

Ou apenas na presa esqueceram de limpar

Então! Simplesmente esqueceram-se de mim?

E então! Nunca me senti tão só assim...

“Então! Se é isso que queres, vai lá

Chame a atenção dele e começa a contar

Fale o motivo de ele nunca se lembrar das brigas

Fale o porquê à violência sempre o intriga

Fale o porquê da falta de sentido no que ele ouvia

Fale para ele que ele tem esquizofrenia”

E assim fez sentido quem sou eu, e que eu mudo

Acho que no fundo eu lembro sim de tudo

Eu tinha ouvido toda aquela briga calado

Espiando pelo vão da porta do meu quarto

Por que mentiram para mim esse tempo todo?

Não aguento mais essas brigas de novo

Decidi então quebrar a minha etiqueta

Eu sempre soube o que havia naquela gaveta

E hoje, eu a abri de novo, e ainda estava lá

A cura que a loucura me fez uma vez usar

Tenho que a usar de novo, fugir da minha luta

É o único modo de eu me livrar da minha culpa

Chorei, mas agora, diferença nenhuma fazia

Eu acabei com três vidas em um só dia.

[Tiro e fim da música]

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Texto feio para um trabalho escolar, junto com Adriele Braga, Diego Lacerda, Maria Julia, Mateus Rocha e Yuri Seregati

Nícolas Lúcio
Enviado por Nícolas Lúcio em 20/10/2012
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