PALINÓDIA FATAL
Temos grandes estadistas
Com renome e competências
Cozinham leis imprevistas
De consequências nunca vistas
Mas de francas referências.
Reúnem de madrugada
Em Dias Santos que tais
Fazem contas de empreitada
Tramando a rapaziada
Com trocadilhos florais.
Fazem jus e entendimento
Em compromissos estranhos
Esboçam um orçamento
Prometendo ordenamento
Aqui e ali com arranjos.
Há capital p´ ra sacar
Investir é só de língua
Há buracos p´ ra saldar
Excepto no caviar
Qu´ esse, sim, não sofre míngua.
Saco roto é sinal vil,
Como coisa natural,
Onde quer mais um ceitil
Com manápula bem viril
Em palinódia fatal.
De arruaças em arruaças
Já não s´ estranham os gritos
Há baladas pelas praças
Denunciando desgraças
Em seres humanos aflitos.
Ninguém pára esta torrente
Mas já medra uma ambição:
Venham heróis cá p´ ra frente
Incentivando esta gente
P´ ra libertar a Nação!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA