Filofofagens
No meu mundo sou rebelde, militante na sagacidade
Mudando vou, seguindo mundano entre o lirismo e a multiplicidade
Nas esferas onde transito, é cada qual em seus quadrados minados
Ô modelo recalcado, produção fabril e serial de alienados
Serei eu um iludido por desalienado ser ?
A resposta só o Freud certamente poderia dizer
Mas o que seria do homem, sem o poder do esquecimento ?
Seria a terra infértil, seria o blues sem o tal do lamento
Esquecer-se contudo, é seguir resoluto espanando as poeiras
Que pululam sob o feixe de sol, espalhando moléculas de uma vida inteira
Lembrem-se meus caros, de tomar aquela pílula branca
Botão que nos faz lembrar que a morte não nos estanca
Pois a eternidade é a essência, atemporal e metodológica
Coisa que carregamos, e as vezes taxamos de ilógica
Eis que sou o sal das lágrimas, tempero das nossas faces
Pois o choro é dadivoso, e faz escorrer os disfarces