.:. Luz e treva .:.

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Vida minha, minha efêmera vida.

Que saudade sinto das noites primeiras minhas.

Quando, assustado, despertava carpindo.

E minh’alma envolvida d’extremos – treva e luz,

Sobressaltava-se aflitiva n’amplidão.

E minha mãe, mãe doce minha,

D’altas virtudes – Ah mãe;

De amor, desmedido e casto amor,

Erguia-se, sem reclamar

E, amavelmente, afagava o querido filhinho seu.

O ninar: Ah mãe quanta saudade sinto.

Lembro o bailado da rede,

A voz, voz tua sublime, a cantar;

Que deveras melodiosa,

Meu pranto, por vezes, conteve.

Minha vida, vida efêmera minha.

Qu’aflição sinto ao perscrutar as noites futuras minhas;

Quando à visita da morte – imagino – sorrindo,

Minh’alma então solta de todo, de pleno,

Voará, sem correntes, livre n’amplidão.

Fortaleza-Ce, 02 de outubro de 1999.

22h58min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 26/09/2012
Código do texto: T3902312
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