Que máquina!

Que máquina é essa que brota das outras

Que cresce e aprende com programas básicos

E se reprograma somente perto e por acaso

Fazendo downloads sem satélites nem cabos

Que geringonça é essa que se mexe, que se desloca

Que entra em choque, que se incompatibiliza

Que cria, que emite grunhidos somente por outras entendidos

E a elas auxilia, interage e fantasia

Que máquina é essa que elabora estruturas

Junta grupos delas, separa, constrói e destrói

Cria regras para suas missões por si mesmas determinadas

E inventa linguagens e idéias tiradas do nada

Que precisa de invisíveis combustíveis

Que os denomina com sons e atos incompreensíveis

E revela mover-se pela existência deles

Os tais: amor, ódio, ambição, interesse, amizade, paixão...

Que máquina é essa que se percebe única

Que vive à procura de algo insondável

Que diminui seu ritmo e aumenta intermitente

Dependo do que se manifeste em torno de igual ou diferente

Ela também definha na sua vida curta

Com defeitos nas partes, mas com muita luta

Segura ao máximo o funcionamento

Com porções, mágicas, consertos, ungüentos...

E quando fenecem, em sua maioria

Outras ritualizam passando o ultimo tempo em sua companhia

Depois voltam as missões que se determinaram

Com ações e apetrechos deque se apossaram