Confronto
Visita-me a paz em meu ensejo ingrato...
Tão colorida... Mas tão fingida...
Uma paz egoísta e cheia de aparato...
Descrição controvertida...
Mas esta é a paz que se mostra
Ri de meus olhos que a persegue...
Pouco faz da balburdia de minha vida...
Mas é a paz bem quista...
mesmo que perdida...
Ainda sim é a tão bela gloria
Que minha alma anseia
Ao final desta guerra sado masoquista...
Sinto o perfume de tua veste...
Passas em marcha vagarosa...
para me fazer sentir
Que Tu, paz desejada, em nada me apetece...
Demônio em trapos de anjo...
Tua companhia em meus sonhos é pouco
Ouça o clamor nos urros de minha louca prece...
Paz que de mim faz pouco...
Não demore em teu cortejo...
Caminhe... Se apresse...
Deixe em meu peito o calor do abraço
E a marca de um beijo...
Distante amiga... Longe és linda
Imaginando-te melhor a vejo...
Pois sim... Visita-me a sombra do amor impossível...
Neste mundo de vaga importância
Diante a face de meu anjo, sou sopro invisível
Nada que mereça tanto, um pajem sem significância