AMOR
As vozes aproximavam-se de mim
Via pés aproximarem-se
Ninguém me via ali
Todos passavam sem rosto
Todos passavam sem coração
Todos passavam sem passado
Meu coração quebrado
encolhia-se no peito
Meus olhos vazios
vadiavam como bêbados
Eu ali em uma embriaguez estúpida
Eu ali sozinha, pisoteada, silenciada
A noite caia sem piedade sobre mim
Nenhuma estrela no céu
Nenhum raio de luar
Apenas aves da noite em seus voos rasantes
Ratos saiam de seus esconderijos
Mas qual os humanos
Apresavam se em fugir sem rumo
Com medo da vida e dos sonhos
Continuei no mesmo lugar
Qual planta fixa a espera de chuva
folhas murchas, flores tristes
semente nenhuma
Essa espécie precisa ser extinta
antes que contamine as outras
Todos devem fugir
Afinal, o amor é uma doença contagiosa.