Monstro

Monstro

Ó criatura, deixas-me

Em paz.

Não me afundes

Em amargura.

Sou presa ferida,

Procuro alegria,

Qualquer coisas desssas

Que me fazes sorrir.

Ó viril predador,

Resguarde suas garras,

Contenha suas presas,

Controle tua fúria.

Imploro piedade,

Chega dessa maldade,

Estou prestes a chegar

Num abismo sem fim.

Chega! não me faças

Decidir, se me liberto

Ao cair, ou

Se me ponho a resistir.

Pobre de mim,

Que mau consigo decidir.

Ou o amanhecer,

Ou o anoitecer.

Se fraquejo,

Sou dilacerado.

Este monstro que

Surgiu de mim.

Este projeto

Quimérico.

Ousou se sobrepor

À mim.

Contudo és próprio

Que estou a desistir,

Sem ninguém a lamentar

Por mim.

Este ser incompleto,

Este espectro sem coração

Este mártir desajeitado.

Um fantasma a penumbar.

Ginsberg
Enviado por Ginsberg em 09/09/2012
Código do texto: T3873915
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