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Notívaga

Estrelas de gafanhotos
Na caixa de veludo negra.
Ela desce as escadas
Perspassa o silêncio
Negro da casa.

Pensamentos derramam-se
No soalho da sala
Caem sonolentos 
Sem fazer ruído.

Ela arrasta a barra
Da camisola pelo chão
Pés nús sobre o gelo
Não se consola...

Cabelos  crescentes
Se enrolam silentes
Envolvem-lhe as pernas
Prendendo-lhe os passos.

Notívaga e asmática
Ela medita sem pensar
Na fumaça de mais um cigarro
Que serpenteia-lhe a mente.

O dia cansado,
A noite carente,
Madrugada quieta
Notívaga - e demente.
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 09/09/2012
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