E FALAMOS

E FALAMOS...

Naquela rede de pescador

Libertei-me

Dancei rituais que nem mesmo eu conhecia

Era dentro de mim que a cigana nascia

E aquele mal falado castelhano

e aquelas castanholas nas pontas dos meus dedos

E aquele poema que nem subia e nem descia

Prendia-se na rede, cheia de peixes coloridos

Que dançavam ao som das minhas dúvidas vãs

Que escorregavam para o infinito do nunca mais

E a marcha contínua

agora insistia em assustar o meu coração

repleto de receios

de uma tropa de soldados malvados

Que me levaram a marchar para não morrer pisoteada

E no fim quando o silêncio falou

E no fim quando a música tocou

Minha alma se acalmou

Permitiu-me respirar como os normais

E falar do eu mais queria,

Ou queria mais...

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 06/09/2012
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