E FALAMOS
E FALAMOS...
Naquela rede de pescador
Libertei-me
Dancei rituais que nem mesmo eu conhecia
Era dentro de mim que a cigana nascia
E aquele mal falado castelhano
e aquelas castanholas nas pontas dos meus dedos
E aquele poema que nem subia e nem descia
Prendia-se na rede, cheia de peixes coloridos
Que dançavam ao som das minhas dúvidas vãs
Que escorregavam para o infinito do nunca mais
E a marcha contínua
agora insistia em assustar o meu coração
repleto de receios
de uma tropa de soldados malvados
Que me levaram a marchar para não morrer pisoteada
E no fim quando o silêncio falou
E no fim quando a música tocou
Minha alma se acalmou
Permitiu-me respirar como os normais
E falar do eu mais queria,
Ou queria mais...