No Fim da Forca

Esta noite é tão quente e suave

Nascer do dia já lhe dou adeus,

Ouço o piar de uma negra ave,

A minha alma entreguei a Deus

Em lágrimas apenas eu te vejo,

Ao redor do dia tão nascente,

Sol ver-te foi meu ultimo desejo

Quando me vendi à serpente

Ontem sentei a mesa do diabo,

Não pude enxergar a pálida luz,

Agora esse meu fardo pesado,

Tomo-a como a minha real cruz!

Com tristes emoções eu canto,

Minha canção junto à lápide,

Já me queima a face o pranto!

Da víbora negra a áspide!

Contemplo a visão do calvário,

Observo em volta a escuridão

Fui pela existência um falsário

Agora bate lento meu coração

Talvez tivesse eu outra sorte

Se o padre abençoasse a partida

Vejo esse meu lugar de morte

Direi um adeus como despedida!

Enfim um nó agora retorço,

Queimarei sempre sendo eterno

Em volta de meu pescoço!

Irei às profundezas do inferno!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 01/09/2012
Reeditado em 01/09/2012
Código do texto: T3860437
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