IRONIA
Às vezes eu morro de rir,
De rir eu quase me mato,
Desatinadamente rio,
Até chorar.
De tanto rir.
Outra vezes, eu choro,
Até que eu me acabo
De tanta raiva, de tristeza
Eu me arranho e nem sangro
Choro, até rir.
E entre o riso e o choro,
Vejo o vermelho da rosa,
Vejo o negro do luto,
Vejo o branco da paz,
O cinza do desespero,
Me enredo nessa trama
Da vida, pobre novelo...
Às vezes eu morro de rir,
Outras, rio para não morrer.
Quem foi mesmo que pintou de azul
Esse céu? E para quê?
*
Foto: Ana Bailune