Pés no Chão Mente Vadia

Andando por aí descalço e sentindo o gelado do chão

Acabo por dar-me conta, o que torna vivo é a sensação

Já lutei contra a madrugada, hoje a tomo por aliada

Pois é nela que melhor trafego, mantendo a palavra afiada

No caderno de brochura, sigo os traços tortos e borrados

Mas retilíneo na saga, os propósitos seguem forrados

Eis a rima pueril, deveras nascente mas nunca natimorta

Siga o fluxo do meu ser, engula minha chave ó porta

Na Babilônia vou singrando, remo sempre resoluto

O flow é vitamina C, e não perece no escorbuto

Argumento é a grande arma, intolerância eu mando pra vala

O broto da consciência, eu vou projetando pois boca não cala

Mas quando muralha se estende, gera lacuna e afastamento

Formalidades se evidenciam, com a sintonia no estacionamento

Perecível se torna a saudade, no reencontro que nos é louvor

Só posso afirmar uma coisa, aqui no meu peito não jaz o amor

Nunca se desespere se as coisas não seguem firmando

Preocupante é quando insistimos com as ranhuras do LP girando

Nos tapetes palacianos, pra baixo varremos ou lá somos mantidos

Politicamente inquieto, rosno na indignação propagando os latidos

Botando a cara na tela, bater de frente com o sistema é o lema

Paga-se um preço por isso, cutucar o dragão é sempre problema

Arame farpado e felpudo, posso até assim me classificar

Todavia fujo sempre do script, preferindo então não me rotular

Leonardo Borges
Enviado por Leonardo Borges em 15/08/2012
Reeditado em 16/08/2012
Código do texto: T3831445
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