Pés no Chão Mente Vadia
Andando por aí descalço e sentindo o gelado do chão
Acabo por dar-me conta, o que torna vivo é a sensação
Já lutei contra a madrugada, hoje a tomo por aliada
Pois é nela que melhor trafego, mantendo a palavra afiada
No caderno de brochura, sigo os traços tortos e borrados
Mas retilíneo na saga, os propósitos seguem forrados
Eis a rima pueril, deveras nascente mas nunca natimorta
Siga o fluxo do meu ser, engula minha chave ó porta
Na Babilônia vou singrando, remo sempre resoluto
O flow é vitamina C, e não perece no escorbuto
Argumento é a grande arma, intolerância eu mando pra vala
O broto da consciência, eu vou projetando pois boca não cala
Mas quando muralha se estende, gera lacuna e afastamento
Formalidades se evidenciam, com a sintonia no estacionamento
Perecível se torna a saudade, no reencontro que nos é louvor
Só posso afirmar uma coisa, aqui no meu peito não jaz o amor
Nunca se desespere se as coisas não seguem firmando
Preocupante é quando insistimos com as ranhuras do LP girando
Nos tapetes palacianos, pra baixo varremos ou lá somos mantidos
Politicamente inquieto, rosno na indignação propagando os latidos
Botando a cara na tela, bater de frente com o sistema é o lema
Paga-se um preço por isso, cutucar o dragão é sempre problema
Arame farpado e felpudo, posso até assim me classificar
Todavia fujo sempre do script, preferindo então não me rotular