O nascimento

Nasci! O mízerável zígoto tem sede de vida!

desesperadamente me sacudo entre o plasma fetal;

nesta singularidade biólogica embrional;

que á libe do meu pai têm uma dívida!

Quê criatura é essa que atira seus filhos á guerra?

Vejo muco,sangue e cavidades;

E todos nós,contra a gravidade;

seguimos a mesma trilha!

Qual o sentido de tudo isso?!Por quê não consigo parar?!

Como um ímã somos puxados em direção ao abrigo materno;

irmãos e irmãs entregues, na arbitrariedade de um dado.

como me assusta esse momento impar!

A alvorada de mortos-vivos, continua rispidamente

sua incansável caminhada em direção ao grande todo;

Ali irmãos! Ali é a vida! e num microscopico exôdo;

nos dirigimos sem pestanejar.

O primeiro de nós passa..

Seletamente a vida se fecha para os outros;

Os frutos agonizantes do prazer jogados ao acaso;

culpam a si mesmos pelo atraso;

e pela rápida existência da qual sairão neutros!

Morri. O que irá agora acontecer?

Não fui rápido o bastante;

e assim como Dante:

morro na agonia do não-ser!

Luiz Felipe Dellosso
Enviado por Luiz Felipe Dellosso em 14/08/2012
Reeditado em 14/08/2012
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