O nascimento
Nasci! O mízerável zígoto tem sede de vida!
desesperadamente me sacudo entre o plasma fetal;
nesta singularidade biólogica embrional;
que á libe do meu pai têm uma dívida!
Quê criatura é essa que atira seus filhos á guerra?
Vejo muco,sangue e cavidades;
E todos nós,contra a gravidade;
seguimos a mesma trilha!
Qual o sentido de tudo isso?!Por quê não consigo parar?!
Como um ímã somos puxados em direção ao abrigo materno;
irmãos e irmãs entregues, na arbitrariedade de um dado.
como me assusta esse momento impar!
A alvorada de mortos-vivos, continua rispidamente
sua incansável caminhada em direção ao grande todo;
Ali irmãos! Ali é a vida! e num microscopico exôdo;
nos dirigimos sem pestanejar.
O primeiro de nós passa..
Seletamente a vida se fecha para os outros;
Os frutos agonizantes do prazer jogados ao acaso;
culpam a si mesmos pelo atraso;
e pela rápida existência da qual sairão neutros!
Morri. O que irá agora acontecer?
Não fui rápido o bastante;
e assim como Dante:
morro na agonia do não-ser!