Fugas
Tenho fugas para um ponto
Que é perdido no universo
Tirado de um sonho ou um conto
Mas que está sempre por perto
Pra onde eu corro nos momentos
De não ter para onde ir
Pra curar os ferimentos
E tentar me redimir
Das culpas que me imponho
Das faltas que não faltei
Congelar as esperanças
Que se eu já tive, não sei.
É um lugar que me parece
Já ter escombros demais
Quase não dá e nem desce
Nem pra frente nem pra trás
Climas e cheiros conhecidos
Não reclamam, nem rejeitam.
Habitat constituído
De estéreis planos e pleitos
Mas chega a hora da volta
Do retorno à realidade
De tentar abrir mais portas
Que a minha capacidade
De manter a esperança
Sem claros objetivos
Recompor a confiança
No movediço em que piso