Caleidoscópio
Eu sou o que eu vejo e o que sinto
Não o que eu falo, simulo ou pareço
Por isso sou este desconhecido
Com a alma sem endereço
Os que me tem pelos meus gestos
Erram por julgar que não mereço
A piedade que meus olhos imploram
Por não saberem do mal de que padeço
Aqueles que me tem por meus sentimentos
Nada vêem, minha alma é inviolável
Assim me acham vago, fútil e sem apreço
Meu interior é fechado e eu mesmo o desconheço
Esta multiplicidade que em mim se desentende
Este caleidoscópio que é meu fim e meu começo