Caleidoscópio

Eu sou o que eu vejo e o que sinto

Não o que eu falo, simulo ou pareço

Por isso sou este desconhecido

Com a alma sem endereço

Os que me tem pelos meus gestos

Erram por julgar que não mereço

A piedade que meus olhos imploram

Por não saberem do mal de que padeço

Aqueles que me tem por meus sentimentos

Nada vêem, minha alma é inviolável

Assim me acham vago, fútil e sem apreço

Meu interior é fechado e eu mesmo o desconheço

Esta multiplicidade que em mim se desentende

Este caleidoscópio que é meu fim e meu começo

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/02/2007
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T381725
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